O velho jogo das aparências
Empurrar a sujeira para debaixo dos tapetes
Alguém em algum momento
Limpará a porcaria
A sordidez estampada
O verniz social
Pelo bem da paz
Uma paz que não existe
Uma falsa tranquilidade
Me cansa ver a omissão
As palavras não ditas
Muitas vezes sufocam
E viram câncer
Meu desabafo é a minha escrita
A minha escrita é minha voz
Grito alto pra dentro
Grito vazio no meio de mim
Procurando não morrer
Fugindo da ignorância do silêncio
Evito pensar no mal
Nos pensamentos negativos
Que me torturam
Nos filmes de horror
Nas mortes lentas
Nos venenos que escondem
Um certo charme
Nas diabólicas vilãs
Todo mundo tem um lado vil
Fingimos apenas não ver
Não deixamos ele vir à tona
Mas todo mundo tem uma Bette Davis dentro de si
Matar aquele alguém
E depois tomar sorvete
Como são doces os pensamentos mórbidos
Minha escrita é a minha cura
Meu remédio
Meu alento
Minha redenção
O grito mudo
Ganha som quando escrevo
E grito tão alto
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